sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Casamentos, 1804

CASAMENTOS, 1804
Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- A Câmara tinha um magistrado chamado juiz dos órfãos que geria a vida das crianças expostas e os bens dos menores a quem tinham falecido os pais. Por isso, a autorização de casamento dos noivos do registo n.º 1 foi dada pelo juiz de fora, o magistrado principal.
- A capela de São Sebastião, tal como a do casal da Serra, foi construída no século XVIII (registo n.º 2)
- Os Brito Caldeira de Albuquerque do assento nº 5 pertenciam à família que depois deteve o título de visconde e conde da Borralha (Casa Conde).

1
Noivos: Francisco Rodrigues Castanheira, solteiro, filho de Jacinto Rodrigues Castanheira e Maria Leitoa, todos de S. Vicente da Beira, com Roza Maria, solteira, filha de Maria Gonsalves, da Torre, Louriçal do Campo
Data: 11/01/1804
Testemunhas: Padre Tesoureiro Joze Baratta e Pe. Caetano Joze dos Santos
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ
Observações: A autorização foi dada pelo juiz de fora, porque os noivos eram órfãos

2
Noivos: Antonio Fernandes Baranda, solteiro, filho de Antonio Fernandes Baranda e Maria Francisca, todos do Mourelo, com Jozefa Martins, solteira, filha de Antonio Fernandes e Maria Martins, todos da Partida
Data: 25/01/1804
Testemunhas: Domingos Joam e Rodrigo Duarte, ambos da Partida
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ
Observações: O casamento realizou-se na capela de São Sebastião da Partida

3
Noivos: Antonio Pires, viúvo de Brites Maria, do Fundão, com Maria Barbora, solteira, filha de Joam Leitam e Izabel Maria, de S. Vicente da Beira
Data: 20/06/1804
Testemunhas: Pe. Joze Baratta e Joam Baratta de Gouvea, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

4
Noivos: Manoel Antunes, solteiro, filho de Manoel Antunes e Maria Rodrigues, da Partida, com Maria Freire, filha de Joze Freire e Joana Leitoa, da Partida
Data: 23/07/1804
Testemunhas: Joze Barata e Joaõ Barata, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulão Esteves

5
Noivos: Manoel do Rego de Albuquerque Cabral Maldonado, de Alpedrinha, com Dona Anna Jacinto de Brito Caldeira de Albuquerque, de S. Vicente da Beira
Data: 06/09/1804
Testemunhas:Ver observações
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulão Esteves
Observação: Receberam apenas as bênçãos, pois já se tinham casado em Alpedrinha, segundo certidão do pároco de lá, Antonio Joze da Silva

6
Noivos: Manoel Leitaõ, solteiro, filho de Joze Leitaõ e Ignes Leitoa, dos Pereiros, com Maria Jozefa, solteira, filha de Antonio Rodrigues e Jozefa Maria, da Partida
Data: 17/09/1804
Testemunhas: Francisco Antonio Simoens e Joaõ Coelho, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulão Esteves

7
Noivos: Manoel Fernandes, solteiro, do Violeiro, filho de Joze Fernandes do Violeiro e Maria Martins, das Rochas de Cima, com Inocencia Maria, solteira, do Violeiro, filha de Joze Pires, do Violeiro, e Inocencia Maria, de Almaceda
Data: 24/10/1804
Testemunhas: Padre Tesoureiro Joze Barata e Joze Alves, este do Voleiro
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

José Teodoro Prata

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Casamentos: 1800, 1801 e 1802

CASAMENTOS
Paróquia de Nossa Senhoa da Assunção
São Vicente da Beira

Como os registos paroquiais do Arquivo Distrital de Castelo Branco já estão online, iniciei também a divulgação dos registos de casamentos (já publiquei os de 1803).
Sendo assim, vale a pena voltar atrás e começar no ano de 1800, como nos batismos e óbitos. Aqui deixo os de 1800, 1801 e 1802.
Os de 1800 não estão completos, pelo que não servirão para a estatística que posteriormente se fará. Mas têm outros interesses!
Os valores de 1802 também são algo estranhos (muito reduzidos), mas aparentemente está tudo certo: houve poucos casamentos.
Desta vez, os meus comentários vêm no final.

Casamentos, 1800
(Faltam-me os registos entre 27 de julho de 1798 e 27 de agosto de 1800, pelo que o ano de 1800 está incompleto)

Noivos: Joam de Couto, viúvo de Maria Roza, com Maria do Carmo, solteira, filha de Joze Galecho e Pulqueira Maria, todos de S. Vicente da Beira
Data: 27/08/1800
Testemunhas: Padres Joze Barata e Caetano Joze dos Santos, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

Noivos: Joaquim Joze da Costa, solteiro, filho de Joaõ da Costa Anjo e Antonio Maria, com Domingas da Costa, solteira, filha de Patricio Antonio Leitaõ e Marinha Antónia, já defuntos, todos de S. Vicente da Beira
Data: 07/10/1800
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Francisco Leitaõ
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

Noivos: Manoel Duarte, solteiro, filho de Mathias Marcos da Cruz e Maria Duarte, com Joana Cazimira, solteira, filha de Fernando Joze e Ignes Maria, todos de S. Vicente da Beira
Data: 26/10/1800
Testemunhas: Vigário Francisco Marques Goulaõ e Pe. Joze Barata
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: A noiva contraíra esponsais com Manoel Joaquim, do Sardoal, mas foi liberta desse compromisso por absolvição do Vigário Geral da diocese

Noivos: Francisco Rodrigues, solteiro, filho de Antonio Rodrigues e Ignes Gonçalves, com Izabel Venancia, solteira, filha de Venancio Freire e Florencia Roballa, todos da Partida, exceto Florencia Roballa, natural de Penamacor (mas residente na Partida)
Data: 29/10/1800
Testemunhas: Vigário Francisco Marques Goulaõ e Pe. Joze Barata
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

Noivos: Manoel Pereira, viúvo de Joana Fernandes, com Maria Martins Pascoa, viúva de Domingos Pires, todos do Violeiro
Data: 19/11/1800
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Vas, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

Noivos: Joze Leitaõ Canuto, solteiro, filho de Manoel Leitaõ Canuto e Francisca Maria, já defuntos, todos de S. Vicente da Beira, com Izabel Maria, solteira, filha de Manoel Fernandes Cassador e Izabel Maria, também todos de S. Vicente da Beira
Data: 18/12/1800
Testemunhas: Vigário Francisco Marques Goulaõ e Joze Antonio
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observação: Não receberam as bênçãos, por ser em tempo proibido; só receberam as bênçãos a 20 de janeiro de 1801

Casamentos, 1801

1
Noivos: Manoel Mendes, solteiro, filho de Manoel Mendes Brizido, de Almaceda, e Clara Maria das Sarzedas, com Joaquina Antonia, solteira, filha de Luis Roque e Antonia Leitoa, do Mourelo
Data: 11/02/1801
Testemunhas: Vigário Francisco Marques Goulaõ e Pe. Joze Barata
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

2
Noivos: Joze Vas, viúvo de Maria Roza, de S. Vicente da Beira, com Anna Joaquina, solteira, filha de Joaõ Rodrigues Lopes e Tereza de Jesus, todos de S. Vicente da Beira
Data: 16/02/1801
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joaõ e Oliveira, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

3
Noivos: Joze Bernardo, solteiro, filho de Bernardo Joze e Anna Luiza, de S. Vicente da Beira, com Anna Joaquina, solteira, filha de Angelo Rodrigues e Maria Joaquina, de S. Vicente da Beira
Data: 16/02/1801
Testemunhas: Padres Joze Barata e Caetano Joze dos Santos, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

4
Noivos: Antonio Leitaõ Canuto, solteiro, filho de João Leitaõ Canuto e Izabel Maria, de S. Vicente da Beira, com Maria Antonia, solteira, filha de Francisco Antonio dos Santos e Anna Joaquina …, também de S. Vicente da Beira
Data: 16/02/1801
Testemunhas: Padres Joze Barata e Caetano Joze dos Santos, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

5
Noivos: Joze Martins, solteiro, filho de Francisco Martins e Maria Nunes, do Vale de Figueiras, com Maria Roza, solteira, filha de Francisco Joze e Roza Leitoa, da Partida
Data: 16/02/1801
Testemunhas: Antonio Fernandes e Manoel Leitaõ, da Partida
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

6
Noivos: Manoel Rodrigues, solteiro, do Mourelo, filho de Batholomeu Rodrigues, do Mourelo, e Maria Gonsalves, de Almaceda, com Anna Maria Martins, solteira, da Partida, filha de Domingos Joaõ, do Açor, e Maria Leitoa, da Partida
Data: 15/04/1801
Testemunhas: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves e Pe. Joze Barata
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

7
Noivos: Teodoro Dias, solteiro, filho de Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida, com Rozaria Leitoa, solteira, filha de Bonifacio Leitam e Maria Rodrigues, todos do Mourelo
Data: 14/05/1801
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Bonsalves, de S. Vicente da Beira
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

8
Noivos: Manoel Rodrigues da Conceiçaõ, solteiro, de Tinalhas, filho de Domingos Fernandes e Maria Pires, de Tinalhas, com Maria Joanna Felizarda, da Covilhã, viúva de Joaõ Dias
Data: 18/05/1801
Testemunhas: Vigário Francisco Marques Goulaõ e Pe. Joze Barata
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

9
Noivos: Joaquim Vas Rapozo, solteiro, filho de Manoel Vas Rapozo, já defunto, e Maria Magdalena, de S. Vicente da Beira, com Maria Barbara, solteira, filha de Antonio Joze dos Santos e Maria Barbara, todos de S. Vicente da Beira
Data: 10/06/1801
Testemunhas: Manoel Marques e Manoel Barata
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

10
Noivos: Joam de Oliveira, solteiro, do Sobral do Campo, filho de Joze de Oliveira, de S. Vicente da Beira, e Francisca Gonsalves, do Sobral do Campo, com Anna de Oliveira, solteira, filha de Joam Joze Dias de Oliveira, e Maria Joana, de S. Vicente da Beira
Data: 12/08/1801
Testemunhas: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves e Pe. Joze Barata
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulaõ

11
Noivos: Joze Leitaõ, solteiro, filho de Manoel Mendes e Izabel Leitoa, da Paradanta, com Maria Antonia, solteira, filha de Joaõ da Costa Anjo e Antonia Maria, de S. Vicente da Beira
Data: 09/09/1801
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joaõ Antonio Rolaõ, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

Casamentos, 1802

1
Noivos: Joze Mendes Brizido, solteiro, filho de Manoel Mendes Brizido e Clara Maria de Almeida, de Almaceda, com Ana Martins, viúva de Joaõ Vas, do Tripeiro
Data: 31/03/1802
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Lourenço, este do Tripeiro
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

2
Noivos: Lourenço Saraiva, solteiro, filho de Joze Rodrigues e Elena Maria, do Souto da Casa, com Maria Martinha, solteira, da Partida, filha de Manoel Matheus, do Açor, e Maria Antunes, da Partida
Data: 07/04/1802
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joam Antonio Ribeiro
Pároco: Vigário Francisco Marques Goulão

3
Noivos: Joze Leitaõ, viúvo de Ana Francisca, com Antonia Maria, viúva de Manoel Joze, ambos da Partida
Data: 26/07/1802
Testemunhas: Manoel Barata e Joaõ Antonio Rolaõ, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

4
Noivos: Francisco Alves, solteiro, do Mourelo, filho de Joaõ Alves e Maria Nunes, com Maria Leitoa, filha de Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida
Data: 09/10/1802
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joze Gonçalves, de S. Vicente da Beira
Pároco: Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves


Comentários:
- Os noivos do último casamento de 1800 casaram a 18 de dezembro, mas só receberam as bênçãos a 20 de janeiro, por não poder haver casamentos durante o Advento (domingo próximo de 30 de novembro a 24 de dezembro).
- Mais um caso de incumprimento dos esponsais, neste caso da noiva (3.º casamento de 1800)
- Impressiona o número de noivos cujos pais já tinham falecido!

José Teodoro Prata

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Esponsais

Na publicação de 8 de agosto, "Casamentos, 1803", um noivo contraiu esponsais com uma moça, mas casou com outra. Para isso, teve de obter dispensa do bispo da Guarda, relativamente ao contrato que celebrara anteriormente.
Como nos próximos dias vou publicar registos de casamentos onde aparece novamente esta situação, deixo aqui o esclarecimento sobre os esponsais.

Os rapazes e raparigas da minha idade ouviram muitas vezes os mais velhos falar de os pais do noivo irem a casa dos pais da noiva pedirem a rapariga em casamento, para o seu filho. Era um contrato apenas baseado na palavra, mas que acarretava muita honra a quem o cumpria e desonra e vergonha para todos os envolvidos no seu incumprimento. Isto nos inícios do século XX.

Cem anos antes, os registos de casamento falam de contrair esponsais e da dispensa deles por quem os rompera, dada pelo mais alto dignatário da hierarquia religiosa, o bispo da diocese. É a estas situações que se referem os regitos publicados e a publicar. Mas, embora haja registos do casamento, não existem relativamente à cerimónia dos esponsais.
Seria como foi com os nossos pais e avós? Pelo menos parece existir mais a intervenção do pároco!
No Brasil, isso ainda se faz, a julgar pelo texto que deixo no final, tirado do blogue


 Um pouco antes da época dos registos que ando a publicar, o poder político pretendeu impor aos esponsais um caráter oficial. Era o que estabelecia a lei de 5 de outubro de 1784 (mas certamente sem sucesso, pois não vingou):
«Que nenhuma pessoa, de qualquer qualidade e condição que seja, possa contrair esponsais, sem ser por escritura pública, lavrada por tabelião, e assinada pelos contraentes, e pelos pais de cada um deles; e na falta dos pais, pelos respetivos tutores, ou curadores, e por duas testemunhas ao menos; e que não produzam efeito algum quaisquer promessas, pactos ou convenções esponsalícias, que não forem contraídas por esta forma.»

ESPONSAIS E EXPLICAÇÕES
Pe. Humberto Gaspardo
É antiquíssimo o costume de se estipular, antes de  se celebrar o matrimônio, um contrato nupcial, com as promessas que se fazem de se celebrar o casamento em um tempo mais ou menos próximo, com os sinais da promessa e a leitura dos proclamas em dias festivos em presença dos fiéis. Os antigos romanos davam às suas noivas um anel de ferro sem adornos. Era um presente que poderia parecer pouco grato à esposa, pois que significava a indissolubilidade do vínculo conjugal, podia também simbolizar a rude dureza do jugo que durante toda a vida deveria pesar sobre seus ombros.
Os antigos francos ofereciam às noivas um anel, mais ou menos precioso, mas juntamente com o anel deixavam cair em suas mãos uma moeda, o que no fundo era um ato de barbárie que significava a compra da mulher como se fosse uma escrava.
No Antigo Testamento os primeiros esponsais de que se faz menção são os de Isaac e Rebeca e os presentes foram preciosíssimos. Os esponsais – palavra derivada da fórmula romana prometo juridicamente aptas. “Os esponsais não são absolutamente necessários, mas quer pelas vantagens que traz para os esposos,  quer pelo costume geral que existe nunca se deveriam omitir”. (SCOTONInst. Cateq.) A promessa de matrimônio deve ser assinada pelos noivos e pelo Pároco, se se faz diante dele, ou de duas testemunhas, se se fizer diante delas.
Se um ou nenhum dos esposos sabe escrever, ou não o pode fazer, deve-se fazer constar isso no texto, e acrescentar-se mais uma testemunha que assine por eles. No documento deve-se indicar a data precisa em que se há de realizar o casamento. Os esponsais bem feitos e nesta forma, são válidos, e têm força de um verdadeiro contrato, obrigando em consciência: primeiro obrigação de justiça de ambas as partes, de contrair matrimônio no tempo marcado; segundo, o dever de evitar todo namoro com terceira pessoa e todo e qualquer agravo a outra parte; terceiro, a inabilidade de contrair esponsais com outras pessoas; quarto, a inabilidade de contrair MATRIMONIO LÍCITO com outras pessoas.
Tudo isso obriga como lei moral, isto é, diante de Deus e da própria consciência.
Os esponsais podem-se tornar inválidos nos casos seguintes:
1- se uma das partes celebra matrimônio VÁLIDO com um terceiro;
2- pela renúncia expressa de ambas as partes, se a promessa foi bilateral, ou da parte aceitante se foi unilateral;
3 – passado o tempo determinado para o matrimônio;
4- pelo aparecimento de um impedimento não dispensável;
5- pela emissão de votos perpétuos ou ingresso em um estado mais perfeito de uma das partes.
Não há outros motivos suficientes para anular os esponsais? Sim; por exemplo: se um dos noivos, que estava com saúde, ou ao menos parecia que o estava, contrai uma doença incurável. Se era rico e um golpe de fortuna o tornou pobre. Quando se pensava que eram de bons costumes e se vem, a saber, que é um libertino. Se vivia em uma vila, ou próximo dela, e quer mudar para outro continente. Se a noiva declarou ter uma idade e de fato é mais velha. Julgava-se que ela era de bons costumes e chega-se a descobrir que não é tal. Os pais tinham-lhe prometido um dote razoável, e chegando o momento, deram-lhe outro muito menor, se foi atacada por varíola ou por outra enfermidade que deixa consequência.
Estes, pois, e outros casos semelhantes que possam  ocorrer, são suficientes para rescindirem-se os esponsais, isto  é, a promessa de matrimônio.

José Teodoro Prata