sábado, 19 de agosto de 2017

O apocalipse


São Vicente da Beira, 13 de agosto, 10 horas da manhã.
A foto, do André Varanda, parece uma das imagens do início do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola, ao som dos The Doors com a canção The End.


José Teodoro Prata
Foto de André Varanda

2 comentários:

José Teodoro Prata disse...

Esta publicação estava para ter a forma de crónica de louvor aos bombeiros e GNR, pelo seu trabalho em São Vicente, mas sobretudo de homenagem à luta da nossa gente contra o fogo.
Acabou por sair assim, mas deixo este louvor em forma de comentário.
Eu vi o meu povo a lutar e senti orgulho de pertencer a esta comunidade.
Povo bravo, destemido, que enfrentou o fogo e o parou quando ele se preparava para avançar na direção da chamada zona do Pinhal: Charneca, concelho de Oleiros...
Quantas terras se poderão gabar de um feito assim neste verão escaldante?
Destaco a presença sobretudo dos jovens, alguns dos quais tiveram aqui o seu batismo contra as chamas.

Anônimo disse...

Há dias o Luís (meu marido) perguntava-me como é que antigamente, sem bombeiros, combatíamos os incêndios. Contei-lhe que ao toque a rebate dos sinos na torre da igreja, toda a gente vinha para rua, fosse de noite ou de dia, com baldes, enxadas, pás e podões na mão, e corriam na direção do fogo. Passado pouco tempo as chamas estavam apagadas. Claro que também ajudava que os terrenos estavam cultivados e as matas mais limpas.
No fogo da semana passada também foi fundamental o trabalho incansável de tanta gente que, de pás, enxadas, ramos de giesta e outras ferramentas, foram fundamentais para ajudar no combate às chamas que, mesmo assim, destruíram quase tudo aqui à volta. Sensibilizou-me muito ter visto o senhor António Rodrigues Inês (o Marinheiro), a quem tinha ardido tanta coisa, andar de enxada na mão, durante grande parte da noite, a ajudar a apagar o fogo nas terras dos vizinhos. E parece que aconteceu assim com muita gente.
É claro que os bombeiros também foram importantes. Para além de várias casas, sem eles a “Fábrica da Água” teria ardido e muitos postos de trabalho ficariam em causa.

M. L. Ferreira