sexta-feira, 29 de setembro de 2017

A união faz a força

Data da primavera este fenómeno novo na nossa vida comunitária.
O Gonçalo Santos uniu pessoas e instituições e criou um moviemnto chamdo TODOS JUNTOS.
O objetivo é promover ações de desenvolvimento da nossa freguesia.
Houve notícia no Reconquista, com foto no pelourinho.
Já foram realizados vários melhoramentos, como mostra a notícia do mesmo jornal esta semana.
Movimento mais meritório não pode haver!!!


 

NOTA: Esta publicação foi alterada a 4 de outubro, pois continha informações incorretas. Assim, o movimento TODOS JUNTOS não é a mesma coisa que a associação criada pelo João Craveiro, para organizar as Festas de Verão. Num primeiro momento, a ideia era criar uma só institução, mas optou-se por separar a promoção do dsenvolvimento da organização de eventos festivos, resultando, por isso, duas organizações diferentes.
Como informei, a organização das Festas já apresentou contas e registou-se um lucro de mais de 4 mil euros.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Um diner

João, bom camarada, amigo do seu amigo; até do inimigo, desde que visse alguma necessidade premente, estava no terraço a preparar um churrasco para presentear as visitas que tinham chegado durante a tarde. Estes aproveitaram e fizeram uma carpool.
Aproximava-se a noite, o dia fora abrasador. O sol tinha metido alguns cavacos a mais na fornalha, fazendo com que aumentasse a temperatura solar seguramente mais um ou dois graus. A ajudar à festa, os terráqueos, cada vez mais sabedores das ciências e do desconhecido, contribuem com sua cota parte para que a temperatura suba ainda mais através das indústrias, automóveis… e outras máquinas sujadoras.
Com temperaturas tão elevadas, a humidade do ar quase inexistente, os matos e as árvores, potenciais matérias inflamáveis, num instante, por incúria ou malvadez, se transformam em pasto de chamas que o fogo devora sem dó nem piedade.
Nesse dia, a comunicação social televisionada não mostrou nas pantalhas qualquer ocorrência; apesar disso, o dia tinha sido insuportável, bom para veraneantes e hoteleiros. Os primeiros molhavam-se nas águas quentes do sul; os segundos faturavam.
Vénus já se via no céu ainda azul; a noite, ao invés do dia, prometia ser fresca e agradável. João desceu as escadas que davam acesso à garagem, pegou no saco do carvão, de seguida foi buscar o barbecue que se encontrava numa pequena arrecadação que fica debaixo das escadas que dão acesso à cozinha.
Depois de o montar, espalhou o carvão, acendeu uma pinha, pouco tempo depois estava transformado num verdadeiro brasido. Quando estava a abanar o carvão, aparece junto dele o António, cabisbaixo.
- Precisas de ajuda?
- Vens mesmo na hora certa, sobe as escadas, vai ao frigorífico e traz umas jolas… conta-me a tua vida que a minha sei eu.
- Deixa-me cá, estou metido num grande sarilho.
- Mau, o que é que se passa?
Aqui há tempos, estava numa esplanada em Castelo Branco, de repente apareceu, surgindo do nada, uma garina que eu já não via há mais de dez anos. Sentou-se numa cadeira, entabulámos conversa…puxa conversa; passado algum tempo, levantámo-nos e dirigimo-nos à pensão onde passámos o resto da tarde e noite. Ao outro dia, partiu cada um para seu lado. Passados três meses, aparece à minha frente com a barriga saliente, pediu para falar comigo e me disse que se encontrava grávida, que o pai da criança era eu. Um affaire
- Que azar o teu!
- A minha namorada nem sonha, já viste a minha vida?
- Pode estar a fazer bluff só para te agarrar!
- Vi-lhe a barriga mais crescida.
- Se fosse a ti, tirava isso a limpo…
- Vai lá dentro à cozinha buscar as carnes e de caminho traz três jolas.
O barbecue estava pronto para receber os assados, na cozinha as mulheres azafamavam-se com os tachos que ferviam no fogão com as iguarias que acompanhariam as febras, chouriças, morcelas, salsichas…
- No passado fim de semana, participei numa running wonders, fiz a meia maratona. - atalhou Vicente, que entretanto tinha chegado junto deles - Participaram umas quatro mil pessoas. Algumas centenas correram meia maratona; outras, dez quilómetros; a maioria, caminhou durante cinco mil metros. O tempo estava agradável, nem frio, nem calor. Não fui dos primeiros a chegar, mas também não fui dos últimos, recebi uma medalha de cortiça bastante bonita. De seguida, eu e a Inácia fomos a um shopping, entrámos numa hamburgueria, comemos um hamburger com batatas fritas. Fast food. Aproveitámos a tarde e visitámos a exposição temporária que se encontra no Centro de Arte Contemporânea. Estavam a entrar muitas pessoas para o auditório, fomos ver e entrámos também. Na mesa, três palestrantes, eis senão quando começaram um Workshop sobre alterações climáticas. Marketing. Quando saímos, descemos ao parque de estacionamento, entrámos no automóvel, passámos por umas bombas de combustível, atestei o carro, entrei na zona do market e paguei. Como tinha em meu poder um voucher, rumámos ao Lugar do Ainda, que se situa num local bastante aprazível, perto da barragem do Pisco, em São Vicente da Beira, onde pernoitamos. Pela manhã, os passarinhos chilreavam alegremente; não muito longe, marulhavam as águas da ribeira da Senhora da Orada, o atendimento não podia ser melhor. Atenciosos os proprietários! Tomámos o breakfast, agradecemos a maneira cordial e simpática como nos receberam e partimos em direcção à nossa casa.
O churrasco, acompanhado de uma pinga de estalo, estava uma maravilha, a noite serena, estrelada, envolvia-nos, como a querer dizer: -Está na hora de irem para a cama, daqui a nada cantam os galos e chega a aurora…


J.M.S

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Autárquicas, 2017 - Os candidatos

SÃO VICENTE DA BEIRA
Assembleia de Freguesia

Partido Socialista:


Em caso de vitória, formam a Junta de Freguesia o Vítor Louro, o José Duarte e a Ana Patrício.


Partido Social Democrata:


Em caso de vitória, formam a Junta de Freguesia o Francisco Marques, o João Goulão e a Chantal Martins.

A campanha está ao rubro, como de costume. Mas pacífica, já sem as pistolas das campanhas dos anos 30, 40 e 50 (em que entrava o meu avô João Prata).
Mesmo no final da década de 60, lembro-me de campanhas eleitorais para a Junta de Freguesia muito acaloradas.
No domingo, os eleitores decidirão!

José Teodoro Prata

sábado, 23 de setembro de 2017

Heritage Sketching

Na Praça, em São Vicente da Beira:






José Teodoro Prata

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Desenhar a nossa terra




A iniciativa, de âmbito nacional, é promovida pela Direção Geral do Património e chama-se Riscar a Gardunha.
No passado, realizou-se noutros pontos do nosso concelho. Este ano é na nossa serra: Louriçal, Casal da Serra e São Vicente.
A ação insere-se nas Jornadas Europeias do Património, a decorrer este fim de semana.
Almoçam na nossa Mila e desenham os nossos recantos mais bonitos.
Desejo que alguns vicentinos se juntem à iniciativa. Eu não sou de desenhar, mas talvez por lá apareça.

José Teodoro Prata

domingo, 17 de setembro de 2017

A adua dos porcos

Relação de pessoas que trouxeram porcos na adua, no mês de março, e da quantia que lhes pertence pagar por mês


Francisco da Conceição – 1 porco, 90 réis
Joana Mesquita – 1 porco, 90 réis
João Domingues Covinhas – 1 porco, 90 réis
Rita do Nicolau – 2 porcos, 120 réis (a 60 réis cada um)
Maria de Jesus Preta – 1 porco, 60 réis
Viúva de Manuel Duarte Durão – 1 porco, 60 réis
José Simão – 2 porcos (que morreram), 2 meses, 120 réis (cada porco a 30 réis)
Catarina Geraldes – 1 porco, 90 réis
António Simão – 1 porco, 90 réis
Maria Vitório – 1 porco, 60 réis
António Matias – 1 porco, 90 réis
Gregório Fernandes – 1 porco, 60 réis
José Ramalho – 1 porco, 60 réis
Mariana Canuto – 1 porco, 90 réis
Damião Alves – 1 porco, 60 réis
Francisco Miguel – 1 porco, 2 meses, 30 réis
Maria Ramalho – 1 porco, 90 réis
José Claro – 1 porco, 90 réis
Francisco de Oliveira – 1 porco, 30 réis
Luís Patrício – 2 porcos, 120 réis
Manuel Barroso – 1 porco, 30 réis
António Rodrigues – 1 porco, 60 réis
António da Costa – 1 porco, 90 réis
António Dias – 1 porco, 90 réis
António de Oliveira – 1 porco, 60 réis
Domingos de Oliveira – 2 porcos, 120 réis
Manuel Patrício – 1 porco, 90 réis
José Hipólito – 1 porco, 60 réis
Maria Inês – 1 porco, 30 réis
Manuel Bernardo – 1 porco, 90 réis
Berardo Leitão – 1 porco, 90 réis
António Lobo – 1 porco, 90 réis
Francisco Eustáquio – 1 porco, 60 réis
Ana Emília – 1 porco, 30 réis
António Marques – 1 porco, 90 réis
Joaquim da Silva – 1 porco, 90 réis
Manuel Calmão – 1 porco, 30 réis
João Fernandes – 1 porco, 30 réis
Ana Leda – 1 porco, 30 réis
Isabel Santinha – 2 porcos, 180 réis
Jacinto Nunes – 1 porco, 90 réis
António Claro – 1 porco, 30 réis
Josefa Leda – 1 porco, 90 réis
António Moreira – 1 porco, 90 réis
Agostinho Bernardo – 1 porco, 30 réis
Cândida Leitão – 1 porco, 30 réis
Joaquim Moreira – 1 porco, 90 réis
Joaquim Rocha – 1 porco, 90 réis
António Ramalho – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Castanheira – 2 porcos, 180 réis
Joaquim Hipólito – 1 porco, 90 réis
Maria Balbina – 2 porcos, 180 réis
Manuel Pereira – 4 porcos, 2 meses, 240 réis
José Matias – 1 porco, 90 réis
Su.al Britos – 1 porco, 60 réis
Maria Mateus – 1 porco, 90 réis
João Fernandes do Gregório – 1 porco, 60 réis
Jacinta Tomásia – 1 porco, 30 réis
Mara da Ponte – 1 porco, 90 réis
José Bernardo – 1 porco, 60 réis
José Gomes – 1 porco, 60 réis
António Mateus – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Leitão – 1 porco, 2 meses, 60 réis
José Ramalho – 1 porco, 2 meses, 60 réis
António Castanheira – 3 porcos, 90 réis, 270 réis
José Fernandes moleiro – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
João Mesquita – 2 porcos, 2 meses, 120 réis
Antónia Candeias – 1 porco, 30 réis
António Cardoso – 1 porco, 2 meses, 30 réis
Batista dos Santos – 2 porcos, 120 réis
José da Silva - – 1 porco, 60 réis
Joaquim Ramos – 3 porcos, 2 meses, 90 réis
Ana Rita – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Margarida Antónia – 1 porco, 30 réis
António Peres – 1 porco, 60 réis
Manuel Vitório – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Leonor Maria – 1 porco, 2 meses, 60 réis
João Vitório – 1 porco, 2 meses, 60 réis
Pulquéria de Boa – 1 porco, 2 meses, 30 réis
João Nogueira – 1 porco, 2 meses, 30 réis
António Tomás – 3 porcos, 270 réis
Inácio Moreira – 1 porco, 60 réis
Maria Calmão – 1 porco, 90 réis
Ana Eustáquio (viúva)  1 porco, 90 réis

Entregou Joaquina Henriques, por conta deste rol, no dia 30 de julho, dois mil, trezentos e vinte réis(?) – 2$320(?)

Notas:
- Há várias incoerências nesta listagem, sobretudo apontamentos colocados à margem que temos dificuldade em interpretar, cerca de 150 anos depois (pelas pessoas identificadas, situaria o documento no 3.º quartel do século XIX – 1850-1875).
- A adua era a pastagem coletiva dos porcos, nos terrenos baldios (Devesa, Carquejais…). A Câmara teve durante centenas de anos uma porqueira (quase todos os nomes que fui encontrando eram de mulheres, mas também houve homens) que diariamente saía com todos os porcos dos vizinhos, pagando cada vizinho um tanto por mês. No ano desta listagem seria Joaquina Henriques? É estranho ser a porqueira a cobrar o pagamento, mas as mulheres não ocupavam cargos administrativos.
- Para pagamento, parece ter havido 4 categorias de porcos, certamente consoante o tamanho, pagando cada uma um valor diferente: 15, 30, 60 e 90 réis (alguns dados da listagem são contraditórios).
- Além da prática da adua, o interesse deste documento reside no nome dos chefes de família de São Vicente, naquela época. Faltam cá os nomes que costumo publicar noutras listagens, mas esses eram os mais ricos, com espaços para criar os seus porcos, sem recorrer à vara coletiva.
- O documento não está datado, nem assinado, à semelhança de outros que ultimamente tenho publicado. É que ele está na posse de um particular (tenho uma cópia), fora do lugar onde seria analisado e inserido junto da documentação a que pertence - O Arquivo Distrital, neste caso de Castelo Branco.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Estradas romanas

http://sashat.me/wp-content/uploads/2017/06/roman_roads_24_jun.png

É extraordinária a cobertura completa de tão vasto território que os romanos conseguiram fazer.
Algumas vias romanas coincidem com autoestradas atuais.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Maria da Luz

A minha mãe fez 90 anos e reunimos a família na Tapada, o nosso mundo da infância.
A festa durou dois dias e só não se prolongou porque o fim de semana acabou.
É o que dá virmos da fronteira com a Charneca e termos vários charnecos na família, no passado e sobretudo agora.
Foi bonita a festa!



José Teodoro Prata

domingo, 10 de setembro de 2017

Mais Maiores Contribuintes

A listagem que se segue não está datada, mas situar-se-á entre 1843 e 1852, tal como a lista anteriormente publicada. Mas é certamente posterior a ela. As informações relativas ao Ninho estarão na parte de Tinalhas (Fernando da Costa), assim como as do Freixial do Campo (o património de João Duarte Simões dividia-se entre Tinalhas e o Freixial).

CONCELHO DE SÃO VICENTE DA BEIRA
Relação dos maiores contribuintes de décima

Almaceda
Domingos Gomes – 7$026
José Bernardo Ribeiro – 9$268
São Vicente da Beira
João António Ribeiro Robles – 10$768
Bonifácio José de Brito – 8$830
Francisco António de Macedo – 8$000
João Pereira de Carvalho – 10$600
João Ribeiro Garrido – 19$976
João dos Santos Vaz Raposo – 7$070
José Maria de Moura Brito – 6$602
Manuel Martins Dâmaso – 7$630
Nogueira (?) – 4$040
Póvoa de Rio de Moinhos
Francisco José Dias de Oliveira – 11$184
António Joaquim de Carvalho – 7$516
Doutor António Luciano da Fonseca – 45$810
Bernardo da Silva Carrilho Marques – 8$864
Francisco António de Matos – 7$224
Francisco Duarte Carrilho – 7$200
José Alves de Azevedo – 4$218
Tinalhas
José do Espírito Santo – 3$740
Fernando da Costa – 11$510
João Duarte Simões – 12$015
Joaquim Augusto de Magalhães – 8$060
José Coutinho Barriga – 63$388
José Inocêncio Lalanda – 104935
Sobral do Campo
João Paulo do Rosário – 6$440
José Vaz Duarte – 6$110
Luís de Proença – 8$145
Manuel Ramos de Proença – 12$545
Manuel Ribeiro do Rosário – 7$452
Padre Sebastião Bernardo Ribeiro – 8$722
Louriçal do Campo
João António Ribeiro Gaspar – 9$530
Manuel António Ribeiro Gaspar – 9$142
Manuel Ramos Preto – 45$737
Padre Manuel Alves – 5$048

José Teodoro Prata

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Os Maiores Contribuintes

Concelho de São Vicente da Beira
Os maiores contribuintes da décima
Manoel Ramos Pretto (Louriçal do Campo) – 36$698
Doutor António Luciano da Fonseca (Póvoa de Rio de Moinhos) – 30$413
Bonifacio Joze de Britto (São Vicente da Beira) – 14$560
Francisco Joze Dias de Oliveira (Póvoa de Rio de Moinhos) – 12$341
Joaõ dos Santos Vaz Rapozo (São Vicente da Beira) – 10$450
João Pereira de Carvalho (São Vicente da Beira) – 10$235
Antonio Joaquim de Carvalho (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$900
Francisco Carrilho Marques (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$753
Francisco Antonio de Matos (Póvoa de Rio de Moinhos) – 6$954
Alexandre Barboza (?)– 6$592
Jacinto Ventura Netto (?)– 6$392
Joze Vaz Duarte (Sobral do Campo) – 5$670
Alexandre Joze Alves (?) – 5$068

Notas:
- 36$698 lê-se: trinta e seis mil, seiscentos e noventa e oito réis.
- A décima era um imposto que incidia sobre o valor das casas, terrenos, emprego, dinheiro a juros... Corresponderia hoje ao IRS, ao IRC, ao IMI... 
- Esta listagem não vem datada, mas podemos situá-la entre 1843 e 1850: 1843, porque nela consta João Pereira de Carvalho, o bisavô pela linha materna dos irmãos Pereira dos Santos (Inácio, Alexandre, Manuel, Zeca…), notário, natural das Sarzedas, que veio trabalhar para São Vicente e cá casou, em 1843, com uma filha do Bernardo Ribeiro Robles; 1852, pois nesse ano faleceu o Doutor António Luciano da Fonseca, o maior contribuinte da Póvoa de Rio de Moinhos.
- A elaboração desta listagem estaria relacionada com o sistema eleitoral liberal, que era censitário, isto é, os direitos a votar e ser eleito dependiam dos impostos pagos por cada um.
- Há uma lacuna nesta listagem relativa a Tinalhas: aparentemente não aparece ninguém. Numa listagem idêntica que publicarei dentro de dias, já aparecem os maiores contribuintes da décima desta freguesia, incluindo o homem mais rico do concelho, Joze Coutinho Barriga, visconde de Tinalhas.

Aviso: Notas alteradas a 10.09.2017, com base em informação da Doutora Benedita Duque Vieira, relativa à data de óbito do Doutor António Luciano da Fonseca.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O nome Paiágua

O cura de Almaceda escreveu, nas Memórias Paroquiais de 1758, Paygago.
A 14 de setembro de 2013, publiquei a lista dos batismos de 1800, na freguesia de São Vicente da Beira.
Alguns familiares da bebé Maria eram naturais da Paiágua e o cura escreveu num sítio do registo de batismo Pay Agoa e noutro Pay d`Agoa.
Hoje encontrei este registo de 1825 e o cura usa um termo muito próximo do nome atual: Paagoa.


José Teodoro Prata

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Estrela de David

Com a morte de Saul, os israelitas proclamaram David seu rei. Este conquistou Jerusalém transformando-a na sua capital. A Arca da Aliança ficou na cidade que se transformou no centro religioso do povo hebreu. Salomão, filho do rei David, com a morte de seu pai, sobe ao trono. Foi no reinado deste rei que se ergueu o grandioso templo onde colocaram a Arca da Aliança.
Durante alguns séculos, o templo foi o local de reuniões e orações, até que o rei Nabucodonosor, rei dos babilónios invadiu a cidade e destruiu o templo. Os israelitas tiveram que fugir. Mais tarde, Ciro, rei dos persas, mandou reconstruir Jerusalém e o seu templo, ficando este a cargo dos judeus.
Era um templo magnífico, mas nada que se comparasse ao que Salomão tinha construído. Herodes, o grande, que era protegido do imperador Augusto, ofereceu-lhe muitas riquezas.
Os romanos comandados por Tito, voltaram a destruí-lo, incendiando-o. O povo judeu, sem Estado, dispersou-se por toda a parte; tolerados, perseguidos, massacrados, expulsos.
Muitos reis proibiram-nos de exercer qualquer profissão nas suas nações, exceptuando a medicina. São Luís, rei de França, obrigava-os a usar um sinal que os distinguia; em Espanha, já ganhavam a vida cultivando as terras, exercendo ofícios diversos e podendo participar também em negócios. Mais tarde tiveram de se converter ao cristianismo; chamavam a esta gente marranos.
A Igreja, os reis católicos, Isabel e Fernando, desconfiavam que continuavam a seguir a lei de Moisés dentro das casas e por isso promulgaram uma lei que decretava a sua expulsão, isto passou-se no ano 1492. Muitos partiram para Portugal. Pouco tempo depois, em 1496, D. Manuel I, para casar com a princesa Isabel, filha dos reis católicos, foi "obrigado" a expulsar os judeus de Portugal.
O nosso rei não queria perder estas pessoas e foi empaleando. Arranjou uma artimanha: os padres reuniam-nos nas praças e atiravam água para cima das suas cabeças tornando-os, desta maneira, aderentes da religião cristã. Uma vez baptizados, passavam a ser cristãos e já ninguém os podia expulsar de Portugal. Eram chamados cristãos-novos.
Apesar de tudo, muitos partiram: norte de África, Bélgica, Holanda…


David, pastor e músico, entrou para a corte do rei Saul como músico. Certo dia corajosamente enfrentou o gigante Golias. Com uma funda que trazia sempre consigo, matou-o. A sua fama cada dia que passava crescia, a inveja aumentava; por essa razão, foi obrigado a deixar a corte, mais tarde foi aclamado rei.
O rei David queria construir um grande e belo templo em Jerusalém, Deus não permitiu, coube a seu filho Salomão tal honra, porque David tinha passado grande parte da sua vida guerreando.
Atribuem-se ao rei David muitos dos salmos bíblicos: 
Feliz do homem que não segue o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem toma assento na reunião dos enganadores; antes na lei do Senhor põe o seu enlevo, e sobre ela medita dia e noite
É como a árvore plantada à beira das correntes, que dá o seu fruto na estação própria, cuja folhagem não murcha; tudo quanto faz redunda em bem”. Salmos 1-1,2,3.
A estrela de David é formada por dois triângulos iguais que se sobrepõem, um com a ponta virada para cima e o outro com a ponta virada para baixo, parecendo uma estrela.
O peso de dois quilos (ver imagem) que guardo religiosamente, possui a estrela de David.
Seria a marca do fabricante ou o símbolo que o encomendador? Neste caso alguém seguidor da Tora quis deixar o seu simbolo impresso no peso!
 Na vila de São Vicente da Beira, moraram muitas famílias judias, como atestam as cruzes cruciformes esculpidas nas ombreiras das portas, então…

Obra de consulta: ABCedário do Judaísmo, Público.

J.M.S 

sábado, 2 de setembro de 2017

O nosso falar: realengo

Os dicionários informam-me que realengo se refere ao que é próprio do rei. Tem o mesmo significado que reguengo, uma propriedade do rei.
Mas não era neste sentido que a minha mãe usada esta expressão, quando algum dos filhos não tinha tento na língua ou nas atitudes (ter tento, outra expressão interessante, que indica a atitude de ter cuidado com o que se diz ou faz).
Ter realengo é isso mesmo: ser cuidadoso no falar, no que se diz e como se diz. Também se aplica às atitudes, mas menos.
Ter realengo talvez tenha origem no imitar as maneiras formais de falar e se comportar da família real, em oposição ao falar e às atitudes rudes do povo. Uma coisa de outros tempos, portanto.

José Teodoro Prata